Nesta semana, fiscais dos órgãos delegados do Inmetro (Ipem) saíram a campo em todo Brasil e já fiscalizaram o equivalente a 14.169.200 metros de fios e cabos elétricos no pátio de fabricantes e no comércio. Batizada de Energia Segura, a força-tarefa teve por objetivo intensificar o combate às fraudes nesses componentes de fundamental importância em edificações. Fios e cabos irregulares provocam desperdício de energia, podem provocar curto-circuito nas instalações e até causar incêndios. No balanço parcial da operação, em 11 estados foram encontradas irregularidades em 32.300 metros de fios e cabos.
Com a utilização do instrumento, em outubro deste ano, a Superintendência do Inmetro no Rio Grande do Sul (Surrs) fez a maior apreensão da história no Estado – de apenas um distribuidor foram identificados 850 quilômetros de fios e condutores elétricos com resistência acima do estabelecido no regulamento do Instituto. É mais que a distância entre Porto Alegre e Curitiba.
Fraudes
Entre as irregularidades identificadas em fios e cabos elétricos, a principal é a utilização de quantidade inferior de cobre na fabricação dos produtos do que a estabelecida pelo Inmetro, elevando a capacidade da resistência elétrica. Resistência elevadas são insuficientes para garantir a condução correta de eletricidade, gerando desperdício de energia e sobrecarregando o fio, com risco de provocar curto-circuito e até incêndios. Isso acontece porque o cobre representa 75% do custo de fabricação dos produtos. Para economizar, fabricantes desonestos substituem o cobre por outro metal menos nobre, que não conduz tão bem a energia.
Para se ter ideia do que essas fraudes representam, em 2019, o Brasil gastou R$ 9,2 bilhões com o desperdício de energia nas instalações elétricas residenciais, chamadas de baixa tensão, de acordo com o Sindicel, sindicato dos fabricantes do setor. Nacionalmente, fios e cabos fora do padrão geram um gasto de energia correspondente a 7% da geração elétrica do País. E o mais grave: em 2020, o sindicato mapeou a ocorrência de 583 incêndios por sobrecarga com 26 mortes. No ano anterior, foram 656 incêndios que provocaram 74 mortes.
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