18/01/2021
Fabricantes de materiais têm “otimismo moderado”
Setor prevê crescimento real do faturamento de 4%, para R$ 200 milhões, neste ano; 2020 pode registrar queda de 0,4%
O setor de materiais de construção começa 2021 com “otimismo moderado”, segundo o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat), Rodrigo Navarro. Neste ano, a previsão de faturamento consolidado dos 22 segmentos que compõem o setor é de alta real de 4%, para R$ 200 milhões, segundo projeção da Abramat e da Fundação Getulio Vargas (FGV). Se a estimativa for confirmada, a indústria retomará o patamar de faturamento de 2011, de acordo com o presidente da entidade, Rodrigo Navarro.
Há expectativa de continuidade das obras imobiliárias residenciais e comerciais, ressalta Navarro, e de aumento da demanda de materiais decorrente da aprovação do programa Casa Verde e Amarela e do novo marco regulatório do saneamento. O presidente da Abramat espera também retomada das obras de infraestrutura, diante da necessidade de geração de empregos.
“Mas existem desafios, como a imunização [contra a covid-19] e a aprovação das reformas, principalmente, a tributária”, afirma Navarro. Outros pontos de atenção são o câmbio e o equilíbrio nas cadeias de suprimento.
Levantamento da Abramat aponta que, em dezembro, 79% dos associados pretendiam fazer investimentos, nos próximos 12 meses - patamar acima dos 71% de fevereiro, pouco antes da pandemia de covid-19, e muito superior aos 36% de abril. A utilização da capacidade instalada está em 80%, ante o nível pré-crise de 70%, conforme a Abramat. Em maio, o indicador chegou a 53%.
Dados preliminares projetados pela FGV para o desempenho de 2020 apontam estabilidade, com leve redução de 0,4% no faturamento das indústrias de materiais. Na avaliação de Navarro, quando Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgar os números de dezembro, poderá haver alguma alteração na variação das vendas de materiais calculada pela FGV. Na melhor das hipóteses, porém, o setor terá crescido 0,5%, segundo o presidente da Abramat.
Chama a atenção a ausência de crescimento do faturamento consolidado, considerando-se, por exemplo, que o Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC) divulgou, na semana passada, que o volume vendido do insumo cresceu 10,9%, no ano passado, para 60,8 milhões de toneladas. Várias fabricantes de materiais também já informaram que houve expansão em 2020.
Sem detalhar em que segmentos foi registrada queda, Navarro conta que os materiais básicos tiveram desempenho superior aos de acabamento. Enquanto as vendas de itens de base cresceram 1,9%, as de acabamento tiveram retração de 3,8%. Isso se deve às obras iniciadas por construtoras, no segundo semestre, e às reformas.
No entendimento do presidente da Abramat, os principais fatores que deram suporte à indústria de materiais, no ano passado, foram o auxílio-emergencial, que estimulou o consumo de materiais por parte de pessoas físicas, e a inclusão do setor de construção - indústria, varejo e obras - na lista de atividades essenciais.
“O ano de 2020 foi de euforia, desafio e superação. Começamos com a projeção de crescer 4%. Em junho, a expectativa era de retração de 7% e terminamos com queda de 0,4%”, diz Navarro. A última estimativa da Abramat e da FGV era de redução de 2,8%.
Isoladamente, as vendas do mês de dezembro cresceram 15,7% na comparação anual. No segmento de materiais de base, houve expansão de 16% e, no de acabamento, aumento de 15,1%.
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